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Empresas ampliam contratação de líderes negros, mas enfrentam desafios persistentes

Incremento e desafios na inclusão de líderes negros no ambiente corporativo

O mercado corporativo brasileiro tem evidenciado um crescimento no recrutamento de profissionais negros para posições de liderança, conforme um recente estudo da EXEC. Este aumento, embora ainda tímido, reflete uma mudança impulsionada pela adoção de práticas ESG (Environmental, Social and Governance) e pela crescente conscientização sobre a importância da Diversidade, Equidade e Inclusão (DE&I) nas organizações. Desde 2004, e com maior intensidade após a pandemia, estas questões têm se tornado central nas estratégias corporativas, com foco especialmente em diversidade racial e de gênero.

A pesquisa da EXEC destaca um salto de 67% na contratação de líderes negros em 2023, comparado ao ano anterior, abrangendo tanto cargos gerenciais quanto diretorias. Setores como bens de consumo, varejo, energia, agronegócio e serviços financeiros são os que mais incorporaram estes profissionais. João Philipe Lins, da EXEC, enfatiza o movimento das grandes empresas para diversificar suas lideranças, fundamentando-se nos princípios ESG. Ele ressalta que a inclusão de líderes negros não apenas fortalece a cultura organizacional e a produtividade, mas também fomenta a representatividade no ambiente corporativo.

Entretanto, a jornada para uma representatividade equitativa é longa. Um estudo do Instituto de Identidade Brasil (ID_BR) sugere que levará cerca de 167 anos para alcançar paridade racial nos espaços de decisão. Lins aponta que, além de superar barreiras como a falta de fluência em um segundo idioma ou formação em instituições de elite, é crucial que as empresas invistam em programas de estágio e capacitação voltados a jovens negros, promovendo assim sua ascensão a cargos de liderança.

O Núcleo de Estudos Raciais do Insper corrobora que ter líderes negros eleva os investimentos e a inclusão na empresa. Por outro lado, a pesquisa realizada pelo Santo Caos, em parceria com o LinkedIn, revela que muitos profissionais negros hesitam em concorrer a posições de liderança devido à falta de representatividade e ao racismo estrutural.

Grandes corporações, como Danone, Ambev, Unilever, Pfizer Brasil, Natura & Co, Mercado Livre, Sanofi, entre outras, têm implementado iniciativas para aumentar a presença de negros em suas lideranças. Além disso, empresas como Gerdau, iFood, Itaú Unibanco, LinkedIn, Magazine Luiza, Nubank e Vale aderiram ao movimento #CarreirasComFuturo, visando fomentar a diversidade e inclusão no mercado de trabalho brasileiro.

Para João Philipe, este é apenas o início de uma transformação mais ampla baseada na diversidade e inclusão. Ele prevê um aumento na representatividade de profissionais negros na liderança nos próximos anos, sinalizando uma mudança progressiva no panorama corporativo brasileiro.

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